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NÚCLEOS DE ATENDIMENTO

NOSSA MISSÃO

 

Os Núcleos de Atendimento, Ação e Acolhimento do Ilé Àṣẹ Ògún Àlákòró têm por objetivo assistir à comunidade do terreiro e à comunidade quilombola, no intuito de promover o resgate da cidadania da população local levando-os à emancipação, ao desenvolvimento e à busca de uma melhor qualidade de vida, através do diálogo social e comunitário, da escuta ativa e de oficinas de capacitação e promoção emancipatória do indivíduo e da coletividade, a partir das suas próprias potencialidades e dos valores civilizatórios afro centrados. Compreendendo, ainda, a vivência do Sagrado de Matriz Africana a partir das lógicas de inseparabilidade humanidade-Terra-Natureza, humanidade-divindade-transcendência, humanidade-o igual-o outro-o diferente.

NOSSA VISÃO


Tornar o Ilé Àṣẹ Ògún Àlákòró através de seus Núcleos de Atendimento, Ação e Acolhimento um lugar de transformação social, política, cultural e de consciências, com vistas a uma sociedade mais igualitária, isenta de preconceitos, discriminações e violências de raça, gênero, religião e todas as demais formas de exclusão, segregação e sofrimento, com vistas a uma redescrição da sociedade brasileira e do mundo a partir dos valores civilizatórios afro centrados e das suas expressões educacionais.

NACO

NACO

Núcleo de Atendimento à Comunicação 
Regente: Èṣù

O NACO - Núcleo Ativo da Comunicação é o elo de ligações com as diversas instâncias comunicacionais. Cuida e responde pela comunicação interna entre os membros da comunidade terreiro, interage com os moradores da comunidade quilombola do entorno, se relaciona com as instituições governamentais e da sociedade civil, com a mídia em geral e especializada. Assim como, com as demais instituições religiosas de Matriz Africana. 

Em múltiplos sentidos, o NACO busca estabelecer diálogo em diversos níveis, seja no âmbito local, regional, nacional e internacional, no sentido de disseminar a mensagem e os valores afro centrados. Igualmente, procura capacitar os membros da comunidade terreiro e da comunidade quilombola para os usos das novas tecnologias da comunicação, em especial as redes sociais digitais, dispositivos móveis, etc.
O NACO também trabalha no esclarecimento acerca das formas como a mídia atua na sociedade e sobre os indivíduos. Além disso, debate sobre como a informação e os conteúdos são disseminados através dos veículos de comunicação, carregados de conceitos políticos e ideológicos, manipulações e estratégias de manutenção de poder e o status quo. Assim como, se configuram como instrumentos da cultura de consumo.

O patrono do NACO é o Ọ̀rìṣà Èṣù, divindade da comunicação por excelência. É quem cumpre o papel ativo e fundamental de Mensageiro Divino, grande interlocutor entre mundo sobrenatural e a terra. É também a “Boca Coletiva”, assim como aquele que transporta os pedidos e oferendas às demais divindades. Todo o complexo sagrado das tradições de Matriz Africana está compreendido na força da comunicação, da potência realizadora da palavra, do cântico, dos encantamentos. A palavra, a comunicação é aquilo que movimenta o princípio dinâmico da existência, da vida social e das trocas comerciais. Comunicação é potência de realização. Palavra é atitude, é ato, é ação.

NADETEC

Núcleo de Atendimento ao Desempregado 
e Estudos Tecnológicos

Regente: Ògún

O NADETEC: Núcleo de Atendimento ao Desempregado e Estudos Tecnológicos está estruturado com base na ideia de que as tecnologias são instrumentos de evolução e capacitação do indivíduo e da coletividade. Conhecer, aprender e dominar os dispositivos tecnológicos se constituem como potências. A dignidade do ser humano está intrinsecamente relacionada a sua realização profissional. Com vistas a esses propósitos, o Ilé Àṣẹ Ògún Àlákòró articula e promove a valorização da capacitação tecnológica no âmbito da Comunidade Terreiro e no âmbito da Comunidade quilombola do entorno, objetivando a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Entendemos que tecnologias se configuram em sentido amplo, não se restringindo apenas às ferramentas e softwares, mas também a todas as técnicas sociais e inclusivas que promovam melhores condições de trabalho, de existência, subsistência e de moradia. Nesse sentido, também busca promover saberes que ampliem as condições de empregabilidade dos trabalhadores, tanto em termos de capacitação, quanto de currículos, apresentação, entrevistas, busca de cursos especializados de formação e orientação vocacional.

O NADETEC tem por patrono Ògún, divindade da tecnologia e do trabalho. Aquele que legou à humanidade os instrumentos e ferramentas que possibilitaram a subsistência e a arte de lavrar a terra. Ògún também é Senhor dos Caminhos, possibilitando as oportunidades de melhoria de vida dos indivíduos e de suas famílias, através do esforço determinado e do desenvolvimento das potências internas dos sujeitos.

NACON

NACON

Núcleo de Assistência à Consciência

Regente: Ọ̀ṣọ́ọ̀sì

O NACON – Núcleo de Assistência à Consciência tem o papel de promover ações práticas de ampliação da consciência individual e coletiva. É um dos núcleos focados na efetivação da Filosofia Africana UBUNTU, na prática: "sou o que sou, graças ao que somos todos nós". Através de processos e vivências dialógicas, busca-se exercitar a autorreflexão, o debate sobre os problemas do mundo contemporâneo que afetam os indivíduos e a coletividade. Mas, em especial, trabalha os conceitos de pertencimento e responsabilidade como pressupostos de uma vida plena, em face dos preconceitos e exclusões enfrentados pelas populações menos favorecidas, negros e indígenas, adeptos de religiões de Matriz Africana, dentre outras minorias representativas.

O Patrono do NACON é o Ọ̀rìṣà Ọ̀ṣọ́ọ̀sì, Senhor da Caça, provedor material da comunidade. Como Senhor da Abundância e divino provedor, esta divindade orienta também ao desenvolvimento da Consciência Financeira. Indica que mesmo quando os recursos econômicos são limitados, é fundamental organizar os rendimentos. Que é importante equilibrar os gastos para que os mesmos não excedam aquilo que se ganha. Mas, também orienta a diversificar as fontes de ganhos, a enxergar na educação financeira e nos investimentos em formação pessoal, uma visão de futuro e segurança para estar sempre longe da privação e das necessidades materiais. É uma conscientização para o indivíduo e para a família. Estas diretrizes se materializam nos cursos de educação financeira oferecidos pelos especialistas na área econômica que compõe o quadro de membros iniciados do Ilé Àṣẹ Ògún Àlákòró.

Além disso, como grande estrategista, Ọ̀ṣọ́ọ̀sì é aquele que confere ao ser humano o discernimento, a visão estratégica e a capacidade de saber aguardar o momento certo de agir. A roda de conversa é a prática de compartilhamento vivencial por excelência do NACON. Por sua própria forma circular, as rodas de conversas possibilitam liberdade de fala, de modo não hierárquico, democrático e participativo. Parte-se do pressuposto que a conversa, o diálogo e as formas de interação são os instrumentos principais de formação e ampliação da consciência dos sujeitos, nos níveis emocional, comunitário, social, político e familiar.

A reunião com os Aláfẹ́tigbọ́ (Ouvintes) no 2º sábado do mês é um momento privilegiado de integração e trabalho pedagógico afro centrado, baseado na Filosofia Ubuntu, cuja metodologia baseia-se no diálogo, na escuta ativa e no exercício de percepção individual a partir de uma palavra proposta (a palavra do mês trazida pelos Ọ̀ rìṣà, como um conselho e mensagem para a comunidade terreiro). É um trabalho totalmente voltado para a recepção de pessoas novatas e recém-chegadas ao universo religioso de Matriz Africana. São encontros que permitem a vivência sutil e gradual, inserindo os simpatizantes do Candomblé na filosofia e no pensamento sagrado, antes de introduzi-los na vivência prática da religião.

NAECO

NAECO

Núcleo de Ação Ecológica

Regente: Ọ̀sányìn

O NAECO - Núcleo de Ação Ecológica atua de modo integrado a um dos princípios basilares das Religiões de Matriz Africana que é o respeito e a preservação da natureza. Desta forma, norteia suas ações para uma ética ambiental, na qual se prega e se atua, segundo uma lógica indissociável de vinculação entre ser humano, natureza e sagrado. Entendemos a Terra como sagrada, como Grande Mãe e coração pulsante que nos nutre e nos propicia a vida. No âmbito da Comunidade Terreiro atua no reflorestamento, Compostagem, Horta Orgânica e Agricultura Familiar. Além da criação de aves domésticas (galinhas e patos) e cabras, nas dependências do galinheiro e do capril.

Tais espaços de criação e trabalho ambiental dialogam no âmbito das práticas ecológicas e educativas do Àṣẹ, promovendo estímulos à conscientização dos membros da comunidade terreiro e dos moradores do Quilombo de Bongaba, quanto ao amor à natureza e tudo que ela nos oferece.
Deste modo, busca-se não apenas a consciência, como também a pedagogia de sustentabilidade e de formas integradas de viver, interagir e subsistir em comunhão com a natureza.

Ọ̀sányìn é a divindade que rege o NAECO e é o Senhor das Folhas. É o profundo conhecedor dos mistérios do reino vegetal, seja na sua dimensão mágica, como também farmacológica e medicinal. Na folha está a saúde, nas folhas estão os encantamentos que possibilitam a manifestação dos Òrìṣà.

NAS

Núcleo de Atendimento Salutar

Regente: Olúwáiyé / Ọmọlu

O NAS - Núcleo de Atendimento Salutar está diretamente relacionado aos conceitos de medicina holística e de ser humano integral. Pois, pensa que corpo, mente e espírito são indissociáveis e que doenças e as consequentes possibilidades de cura, derivam do desequilíbrio ou do equilíbrio desses três elementos constitutivos.

Deste modo, o NAS atua através da dimensão espiritual, cuidando do equilíbrio das energias físicas e sutis que movimentam o indivíduo, bem como as forças transcendentes que lhe regem. Ao mesmo tempo, dissemina valores alimentares calcados nos conceitos de nutrição saudável, funcional, privilegiando o consumo de alimentos oriundos da natureza, proteína animal proveniente de criação e abate respeitoso com a vida de todos os seres vivos. Ainda que saibamos que a indústria de alimentos busque o lucro sem se preocupar com uma ética alimentar. Buscamos conscientização em relação ao consumo de refrigerantes e produtos industrializados nocivos à saúde, bem como procuramos eliminá-los da nossa dieta.


O NAS conta ainda no processo educacional acerca da saúde dos membros da comunidade terreiro uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde, de médicos a técnicos de enfermagem. De modo que, as orientações buscam a disseminação de valores saudáveis e à conscientização sobre a profilaxia de diversas patologias evitáveis. Em especial, no que tange à comunidade quilombola do entorno, pois composta por um grupo social em condições de extrema pobreza, faz-se fundamental o cuidado e prevenção de doenças. Contemplam-se também os saberes veterinários para a saúde animal.

O NAS também busca refletir e debater de modo amplo acerca dos problemas de saúde pública e das condições insalubres das populações pobres. Assim como, sobre as responsabilidades do poder público e dos governos sobre a saúde e assistência à população. Igualmente, sobre as questões das epidemias que afetam a saúde do povo e a necessidade de cuidados com as infestações de mosquitos transmissores de patologias, em especial. Assim, trabalha a preocupação com a medicina preventiva na primeira infância e os cuidados vacinais, como prevenção para si e para a coletividade.
A saúde da população negra é preocupação especial do NAS, tendo em vista a predominância de negros em comunidades terreiro e na comunidade do quilombo. A divulgação de materiais sobre anemia falciforme, hipertensão arterial, cardiopatias, problemas de circulação, risco de trombose e flebite, entre outras doenças que incidem mais fortemente entre negros.


O Òrìṣà que rege o NAS e Ọmọlu. Divindade que possui o poder de cura e é denominado "O Médico dos Pobres". É aquele que livra a humanidade das moléstias infecciosas e das moléstias da alma e do corpo. Olúwáiyé nos ensina que a vida em comunidade, em família e com amor, também são fontes de saúde e cura.

NAS

NAI

Núcleo de Atendimento ao Idoso

Regente: Nàná

O NAI - Núcleo de Atendimento ao Idoso atua no apoio aos idosos da comunidade terreiro. Na concepção cosmológica do Candomblé, os velhos são as fontes de sabedoria, força de realização, conhecimento sobre as tradições e saberes fundamentais para a manutenção do grupo social. Deste modo, na comunidade litúrgica ensina-se às novas gerações a importância dos idosos e a reverência aos mesmos. Assim como, o respeito, o cuidado, a atenção e a interação com os mais velhos. Busca-se disseminar a ideia de uma velhice ativa e dinâmica, de modo a se combater o sedentarismo, a apatia e os estados depressivos comuns na terceira idade. Por se tratar de uma comunidade constituída por toda uma diversidade de pessoas, faixas etárias e repertórios de conhecimentos, procura-se estabelecer uma rotina permanente de interação com os idosos da comunidade.

O NAI é regido por Nàná, mais antiga e respeitada divindades da Águas, governante dos pântanos e mangues, proprietária da lama primordial que serviu de substrato para a moldagem do corpo do primeiro ser humano. Nàná é a grande matriarca, anciã, símbolo do respeito e da antiguidade. Através de Nàná os membros da comunidade terreiro reverenciam a ancestralidade, a vida longeva e o papel dos anciãos para o equilíbrio da coletividade.


O NAI também orienta quanto aos cuidados com a terceira idade, em termos de saúde física e mental. Motiva as atividades intelectuais que auxiliem no fortalecimento da atividade cerebral. Mas, principalmente estimula a plena inserção dos velhos na comunidade e nas famílias, como forma de saúde e equilíbrio psíquico.

NAI
NADEFIVA
Âncora 1

NADEFIVA

Núcleo de Apoio aos Deficientes

Visuais e Auditivos

Regente: Iyewa

O NADEFIVA - Núcleo de Apoio aos Deficientes Visuais e Auditivos está baseado no princípio de que as contingências dos problemas de ordem fisiológica e motora, ainda que limitantes, podem ser encaradas no horizonte das possibilidades e da superação. Da mesma forma, possui ações focadas na orientação quanto a direitos dessa população. Busca pensar em acessibilidade, através de tecnologias sociais, em parcerias com entidades médicas, acadêmicas e da sociedade civil, além de organizações de apoio a deficientes. Além disso, investe em suporte psicológico e emocional no fortalecimento espiritual da pessoa com deficiência, na luta por inserção social, cultural e familiar, com vistas a uma produtiva e plena de significados.
O NADEFIVA é regido no âmbito espiritual por Iyewa, a Senhora das Possibilidades.

NAD

Núcleo de Atendimento à Diversidade

Regente: Òṣùmàrè

O NAD - Núcleo de Atendimento à Diversidade tem por objetivo respeito, a inclusão, defesa e orientação de todas as expressões de gênero, identidade e orientação sexual, com vistas a uma sociedade livre de ódio, violência, intolerância e homofobia. Desta forma, enquanto instituição religiosa de matriz africana, dissemina-se em nossa comunidade a defesa do amor incondicional como base das relações humanas, independentemente de questões de gênero. Cuja autonomia do indivíduo na formação de laços afetivos ou homoafetivos, deve ser respeitada.

Portanto, entende-se que a natureza é dual, regida por princípios masculino e feminino, em coexistência na diversidade dos seres e elementos da natureza. Em complementaridade e equilíbrio, sem exclusão ou conflito.

NAJUR

Núcleo de Atendimento Jurídico

Regente: Ṣàngó

O NAJUR - Núcleo de Atendimento Jurídico está diretamente relacionado à orientação dos membros da comunidade terreiro e da comunidade quilombola do entorno quanto a direitos legais e sociais. Assim como, os direitos de natureza fundiária das populações tradicionais. Sendo assim, o núcleo possui uma atuação direta em processos, especialmente nas áreas trabalhista, cível e de família, representados por advogados militantes e membros do corpo litúrgico do Ilé Àṣẹ Ògún Àlákòró.

Além disso, o NAJUR possui forte interlocução com o debate democrático no âmbito da Comunidade Terreiro, pois se propõe a trabalhar temas como democracia, Estado democrático de direito, direitos civis, sociais e políticos, igualdade, cidadania e participação.


O NAJUR é regido pelo Òrìṣà Ṣàngó, Senhor da Justiça, rei e governante por essência. Ṣàngó estabelece os princípios da equidade e da possibilidade de justiça a todos, indistintamente, pois a todos é facultado o direito de defesa. Ṣàngó também nos convoca a exercermos liderança e protagonismo. Assim como, consciência política em relação às injustiças desse mundo e no Brasil, empoderando a cada um para o pleno exercício dos direitos de cidadania e das comunidades tradicionais. Ṣàngó o também nos desperta o olhar para aqueles que sofrem, para os injustiçados e excluídos. Bem como, para a defesa dos valores democráticos e do regime democrático, em si.

Como lugar de resistência e acolhimento da diversidade e dos excluídos, o Ilé Àṣẹ Ògún Àlákòró tem no NAJUR uma base de atuação e enfrentamento das perdas de direitos que se verificam no Brasil nos últimos tempos.

NAM

Núcleo de Apoio à Mulher

Regente: Ọ̀ṣun

O NAM - Núcleo de Apoio à Mulher trabalha com uma compreensão holística do Princípio Feminino, na perspectiva de tudo aquilo que gera, que procria e evoca as forças da Natureza, da Terra e das Águas, como fontes da Vida. Tais princípios se materializam na mulher, que neste núcleo é atendida na perspectiva da saúde, da gestação e dos cuidados consigo mesmas. Busca compreender a singularidade do corpo feminino, seus afetos, emoções e formas de percepção e atuação no mundo. Sem reduzir a Mulher ao papel reprodutivo, do lar e do cuidado, também busca apoiá-la na sua dimensão criativa, realizadora e atuante na dinâmica econômica. Além de apoiar seu lugar como educadoras e no cuidado com as crianças.


O NAM é regido por Ọ̀ṣun, divindade das Águas Doces, da gestação e Senhora do Encanto. É o Òrìṣà que protege o ventre, o líquido amniótico e a relação umbilical Mãe-bebê.

NAFE

Núcleo de Ativismo Feminino

Regente: Ọbà

O NAFE - Núcleo de Ativismo Feminino congrega os movimentos de mulheres do Ilé Àṣẹ Ògún Àlákàró e da comunidade quilombola. Apoia o conjunto de lutas sociais e culturais feministas, assim como busca conscientização das mulheres quanto a direitos e combate à violência sexual, doméstica, psicológica e de gênero. É um núcleo de empoderamento da mulher através de um sistema de escuta, diálogo e ajuda mútua, bem como fomenta a formação de vínculos societários entre mulheres com vistas a ações empreendedoras, econômicas e comerciais que fortaleçam a autonomia feminina.

NACRI

Núcleo de Atendimento à Criança

Regente: Ibéjì

O NACRI - Núcleo de Atendimento à Criança é o cerne e o coração do projeto pedagógico e vivencial da Instituição. É um núcleo fundamental para a formação de gerações alinhadas a uma perspectiva afro centrada, filosoficamente embasada, com vistas à superação do racismo, do preconceito religioso, de gênero e de todas as demais formas de exclusão. Acreditamos que a infância é o período privilegiado da existência, no qual é fundamental a formação para uma vida coletiva, saudável, harmoniosa, não violenta, não preconceituosa e anti-bullying. Para isso, estabeleceu-se uma metodologia singular, calcada nos princípios da circularidade de saberes, da pedagogia griot, através da contação de histórias e da transmissão de conhecimentos dos mais velhos na hierarquia iniciática do Candomblé e idosos às crianças. Além disso, também se trabalha a questão da escuta ativa, na qual as crianças são estimuladas a expressar suas opiniões, visões de mundo, percepções e anseios. Aprendem a falar e a ouvir. Desta forma, entende-se que ao serem estimulados a se expressar e se posicionar, constroem se as bases para uma vida ativa, propositiva e menos limitada. De tal modo, a promover uma atuação transformadora no mundo, através do protagonismo positivo.

Assim, são realizadas as rodas de conversa e leitura, oficinas de dança. Mas, também atividades de educação e aprendizagem com aulas de reforço. Além disso, as crianças também são estimuladas através de conteúdos audiovisuais selecionados no Cine Club. São trabalhos que visam despertar a potência criativa e realizadora da criança. Mas, também a convivência, a aceitação das singularidades e das diferenças, a superação das desigualdades sociais e de renda, através das brincadeiras, desenho, pintura, jogos, danças, estímulo ao espírito lúdico e a vida gregária. O NACRI entende que convivência entre a diversidade e a diferença na infância amplia o intelecto e os sentimentos, para uma cultura de igualdade e convivência harmoniosa. É efetivar a pedagogia UBUNTU na prática: "sou o que sou, graças ao que somos todos nós". O café da manhã das crianças no 1º domingo do mês é um momento privilegiado de integração e trabalho pedagógico afro centrado.


O patrono do NACRI é Ibéjì, divindade símbolo da infância, da pureza infantil e da alegria. Na visão de mundo Nagô-Ketu, crianças são bênçãos para a família e para a comunidade. Portanto, são um bem coletivo e a perpetuação do grupo e da ancestralidade.

NAESPO

Núcleo de Atendimento Esportivo

Regente: Lógun Ẹ́de

O NAESPO - Núcleo de Atendimento Esportivo atua no resgate do universo lúdico da infância e da adolescência, buscando promover a interação, o exercício físico e o desporto através de jogos tradicionais como: bola de gude, peteca, pique bandeira, carniça, bulica, pular corda. Assim como, através da pratica de futebol, handbol, voley, entre outros.
Deste modo, entende-se que o estímulo às práticas físicas e lúdicas são expressões de sociabilidade e de integração do jovem a despeito dos apelos do sedentarismo, intrinsecamente movidos pela atração das novas gerações pelas novas tecnologias, especialmente smartphones, celulares, tabletes, computadores e games.

Lógun Ẹ́de, divindade ligada à caça e aos rios, domínios de seus progenitores - Ọ̀ ṣun e Ọ̀ ṣóòsì -, é a própria personificação da juventude e da adolescência. Também de tudo que é belo, estético e saudável.

NAJU

Núcleo de Atendimento à Juventude

Regente: Ọya

O NAJU - Núcleo de Atendimento à Juventude está diretamente ligado à fase de transformações e transições inerentes à vida dos jovens, que ultrapassada a etapa da adolescência começam a se preparar para a vida adulta. Assim como, a lagarta tece seu próprio casulo para submeter-se à metamorfose que a tornará crisálida, para que então possa voar como borboleta, o NAJU atua como o casulo acolhedor das complexidades e preocupações com esta fase de transição. Para tanto, promove rodas de conversa, diálogos e orientações de base emocional e psicológica, sobre temas como álcool, drogas, sexualidade, relacionamentos, de modo a promover reflexões para que a juventude da comunidade terreiro e da comunidade quilombola do entorno, possa atravessar sua fase de transição, plena para experienciar o mundo, mas consciente de seus atos, em face dos riscos e consequências.

Por ser o núcleo regido por Ọya, Senhora dos Ventos, cuja beleza só é comparável ao esplendor e matizes do entardecer, o NAJU também agrega as atividades de arte e dança. Pois, Ọya é também a própria expressão corporal e a comunicação da mulher através do corpo e do ritmo. É o corpo que se movimenta ao sabor da brisa, ao girar das saias e ao farfalhar das folhas agitadas pelo vento. A Companhia Raízes que Dançam está ligada como atividade prática ao NAJU, tendo se constituído em 2012. Como grupo de dança, mobiliza as crianças, adolescentes e jovens da comunidade terreiro em apresentações temáticas, baseadas na cultura afro-brasileira e nas expressões artísticas da cultura negra e de quilombo. A Companhia ao longo de sua trajetória tem realizado projetos no âmbito do Ilé Àṣẹ Ògún Àlákòró, mas também atua através de convites de universidades, escolas e instituições, levando a dança afro como afirmação dos valores e arte negra.

Ọya é ainda a divindade regente do Acarajé das Ìyás. O Acarajé é o alimento votivo da Senhora dos Ventos. Por isso, é uma dádiva compartilhada por Ọya em ofertar seu alimento sagrado a todos que o desejar. Mas, também gera renda e atividade cultural, que ao mesmo tempo afirma o valor da cultura material de terreiro e a gastronomia de origem africana.

NAFI

Núcleo de Atendimento à Família 

Regente: Yemọjá

O NAFI - Núcleo de Atendimento à Família compreende que a noção de família é a base constitutiva das Religiões de Matriz Africana e das comunidades tradicionais quilombolas. No seu princípio, o Candomblé reconstitui a família da qual os negros escravizados foram apartados na Diáspora Africana. Sendo assim, todos se conectam por laços de consanguinidade, de parentesco, de afeto, de vinculação iniciática e de amizade. Trata-se da Grande Família Africana, extensa, inclusiva e estabelecida por uma origem divina e transcendente, por força de Òrìṣà.

Nesse sentido, o conceito de família compreendida no NAFI transcende as definições restritivas de família nuclear, mas amplia-se e abrange a multiplicidade de possibilidades que a noção de família alcança. Portanto, o núcleo acolhe e abraça desde a família religiosa; a família extensa de caráter comunitário; passando pelas formas tradicionais de famílias nucleares formadas por casais heterossexuais com filhos; por famílias formadas por casais homoafetivos com e sem filhos; por famílias que optaram por não gerar nem adotar filhos; por famílias formadas por pessoas solteiras com filhos gerados e adotivos; por famílias com filhos gerados por reprodução assistida; por famílias compostas por filhos de cada um dos cônjuges e com filhos em comum. Assim como, também por famílias que dedicam seu afeto aos seus animais de estimação. Em suma, trata-se da família em todas as suas potencialidades, pois acreditamos nas relações de amor entre as pessoas a partir do vínculo consanguíneo e para além dele.

O NAFI também envolve as questões do diálogo, da interação, do estar juntos e do respeito nas relações familiares. Reforça o papel da educação familiar como princípio de formação do indivíduo e moldagem do caráter.

O NAFI é orientado espiritualmente pela força do matriarcado. Por ser o núcleo regido por Yemọjá, a ‘mãe dos filhos peixes’ e Senhora dos mares e oceanos, o NAFI agrega todo o trabalho de atendimento às famílias da comunidade terreiro e da comunidade quilombola. Yemọjá é a mãe em sentido pleno, pois é aquela que não discrimina, é aquela que acolhe a todos, pois todos são seus filhos. Ela é a mãe progenitora, aquela que pari, mas especialmente é aquela que adota. Portanto, ensina a amplitude do conceito de família e de maternidade-paternidade para além da consanguinidade. Bem como, a importância da adoção e do cuidado com as crianças destituídas de pais biológicos, vítimas da rejeição ou da alienação parental. Olha em especial para as mulheres chefes de família que assumem sozinhas a tarefa de sustentar e criar os filhos, cujos homens se fizeram ausentes econômica e afetivamente.

O NAFI conta com uma equipe profissional de Assistentes Sociais que há anos interage com as famílias locais, coleta as informações, afere necessidades e expectativas. Assim como, também elabora programas de atendimento que possam suprir a demandas específicas. Também realiza a Colônia de Férias com atividades lúdicas e educacionais orientadas por pedagogos e professores, voltadas para as crianças da comunidade terreiro e quilombola. Deste modo, o núcleo está em permanente diálogo, interação e retroalimentação com todos os demais núcleos do Ilé Àṣẹ Ògún Àlákòró.

NAPI

Núcleo de Atendimento Psicológico

Regente: Òṣàlá

O NAPI - Núcleo de Atendimento Psicológico compreende a psique (mente) humana, segundo uma tríade: (1) a dimensão psicológica do hoje; (2) a dimensão espiritual do Eu-Divino-Ancestralidade (transcendência) que habita o Ser e (3) a dimensão do destino que move o ser humano dentro e fora da sua vontade. Deste modo, é um núcleo que trabalha os processos de auto compreensão, de retorno à interioridade do Ser, de busca do despertar da divindade interior que habita cada Ser. Nesse sentido, valoriza o silêncio, a meditação, a introspecção positiva, como buscas de encontrar-se a si mesmo.

O NAPI procura, portanto, alertar sobre as desconexões que a dinâmica do mundo do consumo, da mídia, do entretenimento e dos prazeres imediatos produzem sobre os indivíduos, deslocando-os de sua própria essência. Tais questões fazem parte dos processos permanentes de diálogo, reflexão e imersão no contexto do Sagrado, como vias de abertura para a busca de apoio e atendimento psicológico. Este é o processo fundamental para que cada um, dentro da sua individualidade, subjetividade e singularidade, perceba e queira buscar ajuda para seus problemas, dilemas diante da vida, conflitos internos e com as pessoas com as quais interage. A ajuda e a auto cura é um processo de dentro para fora, não de fora para dentro. Não se pode ajudar a quem não quer, verdadeiramente, ser ajudado. Logo, é preciso despertar o Ser, em primeira instância.

Deste modo, o NAPI entende que, a despeito de estar situado em uma instituição religiosa, é imprescindível o apoio do campo acadêmico e clínico da Psicologia aplicada, da psicanálise e da psiquiatria; além de outras terapias holísticas, nos casos indicados. Portanto, no contexto da comunidade terreiro, compreende-se que o conceito de saúde mental e psíquica passa pelo bem da coletividade, da convivência harmoniosa, do apoio mútuo entre os membros do grupo, às redes de afeto e de amor estabelecidas entre os indivíduos.
Um dos pontos de reflexão do NAPI adverte quanto às questões da Ética, da honestidade, da correção do caráter e do respeito, por si mesmo e pelo próximo, como fontes do equilíbrio mental e social da comunidade. Pontua que a ausência de tais valores e virtudes indica o adoecimento do coletivo e dos indivíduos, refletindo-se na sociedade como um todo. Logo, cuidar do caráter é uma das dimensões da saúde psíquica.

O NAPI é regido por Òṣàlá, divindade da Criação, Senhor do branco que remete à limpeza, ao caráter impoluto e incorruptível. Mas, Òṣàlá também é aquele que modelou as cabeças de todos os seres humanos. Portanto, a cabeça (Orí) configura-se como sede espiritual do homem. É o lugar das operações emocionais, psicológicas, espirituais e intelectuais. Deste modo, o NAPI atua também no campo dos cuidados sacros com Orí – a cabeça divindade – como forma de estabelecer a plena conexão entre corpo físico, espírito e a divindadeMas, também orienta à comunidade terreiro e aos moradores da comunidade quilombola quanto ao valor e à importância do conhecimento. A busca pelo conhecimento, pelo autoconhecimento, pela cultura, pela ampliação do intelecto se configura também como fontes de saúde psíquica. Bem como, fontes de emancipação do ser, no cumprimento de seu destino ancestral, social e comunitário.


No nível das orientações psicológicas, o Ilé Àṣẹ Ògún Àlákòró conta com profissionais de psicologia para a realização de atendimentos e encaminhamentos para serviços especializados, quando necessário.

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